quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

OS CONJURADOS DOS AÇORES
A Real Associação da Ilha Terceira realizou o Jantar dos Conjurados com o intuito de recordar a auspiciosa data da Restauração Nacional de 1 de Dezembro de 1640 e glorificar a memória de todos os patriotas que se empenharam na luta contra uma potência estrangeira que detinha a Coroa de Portugal. Há muito que os monárquicos portugueses levam a efeito, na noite de 30 de Novembro de cada ano, o chamado “Jantar dos Conjurados”. É esta tradição que este ano a Real Associação pretende retomar em Angra do Heroísmo, para recordar esses heróis de outrora e de todos os que nesta Ilha Terceira, ao longo de penosos dois anos, lutaram para expulsar os Castelhanos do então Castelo de São Filipe do Monte Brasil, hoje de São João Baptista, integrados nas destemidas Companhias de Ordenanças. O “Jantar dos Conjurados” teve lugar no próximo dia 30 de Novembro (domingo), pelas 19:30 horas no Hotel do Caracol.
No mesmo dia, em Lisboa, pelas 19:30 horas, a Causa Real promoveu no Convento do Beato o “Jantar dos Conjurados” aberto a todos os associados de outras Reais Associações Portuguesas.
1 de Dezembro de 1640 - 1 de Dezembro de 2008Na ocasião para além da saudação do seu Presidente Dr. João Maria Sousa Mendes, o Secretário da mesma Associação Dr. Sérgio Toste disse:
Caros Consócios e Simpatizantes da Causa Real

Há 368 anos os Portugueses voltaram a afirmar a sua independência e restauraram um Portugal livre e soberano. Sabemos que a Restauração de 1640 não foi fruto do acaso nem um mero impulso: exigiu uma longa preparação e uns bons trinta anos para ser consolidada. Dificilmente podemos hoje imaginar as tremendas dificuldades dessa empresa – o poderio castelhano, os entraves diplomáticos da Europa, a inanição da economia, o flagelo dos holandeses, etc. A Portugal nunca foi fácil a existência, por isso teve de se reinventar permanentemente.Como Sá de Miranda ainda no século XVI, hoje podemos afirmar que não nos tememos de Castela «donde guerra inda não soa / mas temo-me de Lisboa / que ao cheiro desta canela / o reino nos despovoa». Não cremos, de facto, que venha de Espanha nenhum mal, ainda que muitos iluminados – como Saramago ou Pérez-Reverte recentemente – de quando em vez acenem a um iberismo tão desejável para nós quanto uma jangada de pedra em alto mar. Mas um país, uma pátria, é uma construção permanente, requer vigilância. Cada geração acaba por ser também geradora da pátria, consoante as opções que segue, os valores que defende, o sangue que por ela derrama ou não, a forma como transmite aos vindouros aquilo que herdou. Assim sendo, há muito que temer em Portugal, e muito que restaurar.Como estamos de patriotismo? Se for apenas o do futebol, muito mal vão as coisas. Não creio que acenar, aos uivos, a verde-rubra num estádio seja coisa de patriota. Quem nos dera que os Portugueses entendessem que o trabalho, o esforço, o civismo, o estudo, a educação, o respeito e conhecimento do passado, a preparação esperançosa do futuro, a defesa, enfim, dos altos valores da nossa mais lídima tradição (ainda que tantas vezes maculados pela humana insuficiência que é também nossa) são os únicos caminhos que um patriota tem de trilhar.O nosso convívio de hoje é um sinal de festa. Valeu a pena Portugal! Nas nossas grandezas e misérias fomos livres, quisemos ser livres e Portugueses ao longo destes quase novecentos anos. Queremos ser ocidentais, europeus, ibéricos, açorianos… mas sempre e antes de tudo Portugueses!O nosso convívio de hoje é também sinal de preocupação. Pela frente vemos a gigantesca tarefa de restaurar um Portugal mais ciente do seu valor, que seja capaz de harmonizar aquilo que sempre lhe estruturou o ser e o justificou com os permanentes desafios de um futuro que cedo se faz presente. Ainda que pequena, possamos nós cumprir a parte que nos cabe.Seja-me permitido colocar a coroa das nossas preocupações, desejos e esperanças aos pés da Bem-Amada Rainha de Portugal. Que a Senhora da Imaculada Conceição nunca nos desampare!
Viva a Restauração!
Viva a Causa Real!
Viva o Senhor D. Duarte de Bragança!
Viva Portugal!

Fonte: http://bagosdeuva.blogspot.com/

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