quinta-feira, 12 de julho de 2012

PAREM DE MENTIR (I)


É de conhecimento geral que um Rei (ou Rainha), regra geral, reina desde que sobe ao Trono até que morre. Em artigos anteriores já se viu que nem sempre é assim pelo que não se vai abordar novamente esse aspecto. É também de conhecimento geral que, em Portugal, um Presidente tem um mandato de 5 anos podendo candidatar-se, no máximo, a um segundo mandato.
Ora esta situação é usada frequentemente por algumas pessoas contra a Monarquia. Segundo essas pessoas em República caso não se goste de um Presidente pode-se ‘mandá-lo embora’ e escolher outro nas próximas eleições, o que não acontece em Monarquia onde um Rei, teoricamente, reina até morrer. Com este argumento parece que um Presidente, ao terminar o seu mandado, volta a ser um cidadão comum e regressa à exacta vida que tinha antes de ser eleito (não é este um dos pressupostos da República?). Mas será efectivamente assim?
Caro leitor, o argumento mencionado é verdadeiro em teoria mas na verdade/prática verifica-se que as coisas não se processam dessa forma.
Em primeiro lugar salienta-se novamente que, como se viu anteriormente, um Rei não reina necessariamente até morrer. Ademais ainda que isso aconteça, um reinado longo não é necessariamente mau! A Rainha Isabel II do Reino Unido (por exemplo) completou recentemente 60 anos de reinado e encontra-se em níveis de popularidade históricos. Outros Reis, por essa Europa fora, têm elevados graus de aceitação popular mesmo com já longos reinados. Por cá, com menos de 10 anos de mandato, o Chefe de Estado é publicamente vaiado.
Depois há que considerar que todos os últimos Presidentes foram reeleitos para um segundo mandato e, mesmo que tivessem uma baixa popularidade, provavelmente seriam eleitos para um terceiro ou quarto mandato (embora isto possa parecer ilógico), se a lei assim o permitisse. Isto significa, no mínimo, que o Povo Português deseja continuidade e, como tal, não está muito interessado em mudar de Chefe de Estado a cada 5 anos.
(continua)

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