quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

INDEPENDÊNCIA

Àqueles que criticam o posicionamento do Chefe da Casa Real Portuguesa em face da actual crise
O Rei não pode ser o reflexo dos desejos e sensibilidades de cada um. 
O Rei não pode entrar em conflito com os partidos do parlamento de que não gosta - o cidadão pode. 
O Rei não faz política partidária - o cidadão deve. Quem não percebe isto, quem quer o "seu" Rei, é simplesmente republicano. Só tem de apoiar o candidato do seu partido a ver se ele ganha nas urnas. 
O magistério do Rei é muito superior a estas questiúnculas. 
O Rei só se deve pronunciar sobre questões que toquem a sua consciência ou naquelas em que pressentir choque com a cultura social predominante.O seu principal capital tem de ser a independência e o exemplo de vida.
João Távora, Presidente da Real Associação de Lisboa

1 comentário:

Nuno Ramos disse...

Sr. João Távora,
Para os tradicionalistas o Rei não é um Deus, não é divino, é um Rei limitado pela natureza das coisas, pelo direito natural e pela justiça, limitado pelas tradições e liberdades estabelecidas pelo povo. É um Rei que se adequa às diferenças locais, possibilitando que no seu território convivam pessoas com os mais diversos usos e costumes numa paz duradoura. É um Rei totalmente diferente do Rei Absolutista e do Rei Constitucional, é o Rei que organiza a Nação.

É um Rei que não se inspira na centralização administrativa e na dominação de uma cultura sobre a outra, mas sim na concepção da igualdade entre todos os homens e na cooperação entre eles, sendo que vivem numa comunidade onde, salvaguardadas as legítimas liberdades e tradições, se organizam sob o governo do mesmo chefe de estado.

Este Rei não é absoluto, pois está limitado pelo direito natural e pelos Foros que expressavam as liberdades e a autonomia de cada Município e salvaguardavam as Famílias.

Por outro lado recusamos o monarca constitucional que, mantendo as honras, as aparências e o estatuto social da antiga realeza, não passa de uma ornamentação heráldica dentro da oligarquia instalada.



Guilherme Koehler in "A Bandeira Branca".